Hugo Carvalhais Trio

Considerado um dos mais talentosos e sui generis baixistas portugueses da sua geração, após um hiato de sete anos sem apresentar qualquer registo com o seu próprio nome, Hugo Carvalhais, um dos segredos mais bem guardados da cena jazz de Portugal, está de volta com um álbum e ele nunca para de nos surpreender.
Depois de três álbuns aclamados internacionalmente com a participação de músicos como Tim Berne, Emile Parisien Dominique Pifarély, Mário Costa e Gabriel Pinto, vem aí uma novidade. “Nebulosa” (2010, Clean Feed Records) apresentou-nos o infinitamente grande. “Particula” (2012, Clean Feed Records) era sobre o infinitamente pequeno. Entre estes dois extremos imensuráveis “Grand Valis” (2015, Clean Feed Records) questionou a natureza da realidade exterior que percebemos e para onde nos movemos na vida quotidiana. E aqui nos deparamos com a nova “Ascetica” (2022, Clean Feed Records), um mergulho no nosso interior e nas profundezas da consciência que sempre esteve lá desde o início da experiência humana. É neste lugar insondável que desde o início dos tempos somos confrontados com enigmas, beleza, medo, maravilha, luz e escuridão.
Envolta em estranheza e mistério, “Ascetica” baseia-se numa busca por aqueles momentos fugazes, quando algo mágico acontece. O termo “mágico” é uma simplificação – porque esses momentos são, na verdade, inexplicáveis. Eles só ocorrem de vez em quando. Não sabemos porquê ou como. Como amantes da música jazz, às vezes os reconhecemos. Essa é a missão. É isso que Carvalhais está a tentar alcançar. Encontramo-los em “Ascetica”.
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Videoclipe / Fotografia